quinta-feira

A manhã

Assim, devagar... ao som da brisa, azul, nuvens cinzentas num dia de sol. Cinzentas? talvez. Não as vejo. Uma pétala molhada. No chão orvalhado penetra-me nos ossos o frio da manhã. Ao longe. Na névoa, esconde-se de mim o bosque onde por vezes me perco. Daqui a pouco estarei de novo com ele, por entre folhas e ramos hei-de perder-me de novo. No correr dos pássaros, no cantar da água, no tilintar cristalino da manhã... O estômago aperta-me, não tenho fome. Nem sequer sede. Sacio-me do perfume leve que me rodeia. A manhã já foi. O sol já levantou. Retenho em mim todo o seu calor. Aguardo... devagar, o cair do dia que me trará a noite. E me dará de novo a névoa fria desta manhã.