sábado

dá-me a mão...


fechado em mim liberto apenas a contracção muscular que me faz esboçar o chamado sorriso... incapaz de qualquer outra forma de expressão sorrio... sorrio a todos os que me tocam...
sorrio a todos os que não me sentem... sorrio pela alegria de um olhar... sorrio pela sua triste ausência...
sorrio... talvez por não saber sentir... se o sei, por não o saber mostrar... se o mostro... por ninguém se importar... sorrio simplesmente... por não saber chorar...
a cada dia olho no espelho o meu rosto... a cada dia um pouco deste sorriso vai ficando lá... a cada dia vou perdendo o último vestígio de emoção... a cada dia vou-me tornando tela vazia perdida no sótão de um qualquer pintor...

quinta-feira


olhando o infinito ganho coragem...
para dar o passo em frente...
para dar o salto...
o passo que me tornará livre...
o salto que me fará voar...
sem parar... até...
amedrontado recuo...
receio o desconhecido...
tenho medo de voar...
medo de não conseguir...
tenho medo de cair...